terça-feira, 8 de novembro de 2011
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Saudade
A Minha Saudade Tem o Mar Aprisionado
A minha saudade tem o mar aprisionado
na sua teia de datas e lugares.
É uma matéria vibrátil e nostálgica
que não consigo tocar sem receio,
porque queima os dedos,
porque fere os lábios,
porque dilacera os olhos.
E não me venham dizer que é inocente,
passiva e benigna porque não posso acreditar.
A minha saudade tem mulheres
agarradas ao pescoço dos que partem,
crianças a brincarem nos passeios,
amantes ocultando-se nas sebes,
soldados execrando guerras.
Pode ser uma casa ou uma rede
das que não prendem pássaros nem peixes,
das que têm malhas largas
para deixar passar o vento e a pressa
das ondas no corpo da areia.
Seria hipócrita se dissesse
que esta saudade não me vem à boca
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
Imagino-a distante e extinta, e contudo
cresce em mim como um distúrbio da paixão.
José Jorge Letria
A minha saudade tem o mar aprisionado
na sua teia de datas e lugares.
É uma matéria vibrátil e nostálgica
que não consigo tocar sem receio,
porque queima os dedos,
porque fere os lábios,
porque dilacera os olhos.
E não me venham dizer que é inocente,
passiva e benigna porque não posso acreditar.
A minha saudade tem mulheres
agarradas ao pescoço dos que partem,
crianças a brincarem nos passeios,
amantes ocultando-se nas sebes,
soldados execrando guerras.
Pode ser uma casa ou uma rede
das que não prendem pássaros nem peixes,
das que têm malhas largas
para deixar passar o vento e a pressa
das ondas no corpo da areia.
Seria hipócrita se dissesse
que esta saudade não me vem à boca
com o sabor a fogo das coisas incumpridas.
Imagino-a distante e extinta, e contudo
cresce em mim como um distúrbio da paixão.
José Jorge Letria
quinta-feira, 29 de setembro de 2011
quarta-feira, 3 de agosto de 2011
segunda-feira, 25 de julho de 2011
quarta-feira, 22 de junho de 2011
quarta-feira, 1 de junho de 2011
domingo, 8 de maio de 2011
domingo, 1 de maio de 2011
sábado, 19 de março de 2011
O Pai
Terra de semente inculta e bravia,
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.
Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.
Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.
Depois... Pergunta a Deus
porque me deram o que me deram
e porque depois conheci
a solidão do céu e da terra.
Olha, minha juventude
foi um puro botão que ficou por rebentar
e perde a sua doçura de seiva e de sangue.
O sol que cai e cai
eternamente cansou-se de a beijar...
E o outono. Pai, nada podem teus olhos doces.
Escutarei de noite as tuas palavras: ...
menino, meu menino...
E na noite imensa com as feridas de ambos seguirei.
Pablo Neruda, in "Crepusculário"
terra onde não há esteiros ou caminhos,
sob o sol minha vida se alonga e estremece.
Pai, nada podem teus olhos doces,
como nada puderam as estrelas
que me abrasam os olhos e as faces.
Escureceu-me a vista o mal de amor
e na doce fonte do meu sonho
outra fonte tremida se reflecte.
Depois... Pergunta a Deus
porque me deram o que me deram
e porque depois conheci
a solidão do céu e da terra.
Olha, minha juventude
foi um puro botão que ficou por rebentar
e perde a sua doçura de seiva e de sangue.
O sol que cai e cai
eternamente cansou-se de a beijar...
E o outono. Pai, nada podem teus olhos doces.
Escutarei de noite as tuas palavras: ...
menino, meu menino...
E na noite imensa com as feridas de ambos seguirei.
Pablo Neruda, in "Crepusculário"
segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011
domingo, 23 de janeiro de 2011
Para todas as Avós
Hoje recebi da Minha Amiga Elza Moreira e não resisti de colocar aqui, para toas as minhasamigas
Perguntaram a uma menina de nove anos o que ela gostaria de ser quando crescesse. Ela respondeu:
- Eu gostaria de ser avó!
Ao ser interrogada sobre o porquê dessa idéia, ela completou:
- Porque os avós escutam, compreendem.
E, além do mais, a família se reúne inteirinha na casa deles.
E a menina continuou:
- Uma avó é uma mulher velhinha que não tem filhos.
Ela gosta dos filhos dos outros.
Um avô leva os meninos para passear e conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos.
Os avós não fazem nada, e por isso podem ficar mais tempo com a gente.
Como eles são velhinhos, não conseguem rolar pelo chão ou correr.
Mas não faz mal. Nos levam ao shopping e nos deixam olhar as vitrines até cansar.
Na casa deles tem sempre um vidro com balas e uma lata cheia de suspiros.
Eles contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos, histórias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas.
Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir seu perfume.
Avós nunca dizem "depressa, já pra cama" ou "se não fizer logo vai ficar de castigo".
Quase todos usam óculos e eu já vi uns tirando os dentes e as gengivas.
Quando a gente faz uma pergunta, os avós não dizem:
"menino, não vê que estou ocupado?"
Eles param, pensam e respondem de um jeito que a gente entende.
Os avós sabem um bocado de coisas.
Eles não falam com a gente como se nós fôssemos bobos.
Nem se referem a nós com expressões tipo "que gracinha!", como fazem algumas visitas.
O colo dos avós é quente e fofinho, bom de a gente sentar quando está triste.
Todo mundo deveria tentar ter um avô ou uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós.
Desconheço a autoria
Obrigado Elza
Perguntaram a uma menina de nove anos o que ela gostaria de ser quando crescesse. Ela respondeu:
- Eu gostaria de ser avó!
Ao ser interrogada sobre o porquê dessa idéia, ela completou:
- Porque os avós escutam, compreendem.
E, além do mais, a família se reúne inteirinha na casa deles.
E a menina continuou:
- Uma avó é uma mulher velhinha que não tem filhos.
Ela gosta dos filhos dos outros.
Um avô leva os meninos para passear e conversa com eles sobre pescaria e outros assuntos parecidos.
Os avós não fazem nada, e por isso podem ficar mais tempo com a gente.
Como eles são velhinhos, não conseguem rolar pelo chão ou correr.
Mas não faz mal. Nos levam ao shopping e nos deixam olhar as vitrines até cansar.
Na casa deles tem sempre um vidro com balas e uma lata cheia de suspiros.
Eles contam histórias de nosso pai ou nossa mãe quando eram pequenos, histórias de uns livros bem velhos com umas figuras lindas.
Passeiam conosco mostrando as flores, ensinando seus nomes, fazendo-nos sentir seu perfume.
Avós nunca dizem "depressa, já pra cama" ou "se não fizer logo vai ficar de castigo".
Quase todos usam óculos e eu já vi uns tirando os dentes e as gengivas.
Quando a gente faz uma pergunta, os avós não dizem:
"menino, não vê que estou ocupado?"
Eles param, pensam e respondem de um jeito que a gente entende.
Os avós sabem um bocado de coisas.
Eles não falam com a gente como se nós fôssemos bobos.
Nem se referem a nós com expressões tipo "que gracinha!", como fazem algumas visitas.
O colo dos avós é quente e fofinho, bom de a gente sentar quando está triste.
Todo mundo deveria tentar ter um avô ou uma avó, porque são os únicos adultos que têm tempo para nós.
Desconheço a autoria
Obrigado Elza
domingo, 9 de janeiro de 2011
A Velhice
A velhice anuncia ao homem o seu destino: o homem insensato, que afinal todos somos mais ou ou menos, tende a recusá-lo, maquilhando-a, disfarçando-a enquanto pode e depois encerrando-a longe da vista e do coração. O reverso da medalha é o culto da juventude. Televisões, rádio, publicidade, lazer, estão cada vez mais virados para os jovens e adolescentes. Mas sob o lema "o futuro pertence aos jovens" está normalmente mais uma aposta comercial do que uma verdadeira preocupação social. Num mundo em que a aparência é tudo, as rugas não têm direito à vida
Autor: Mucznik , Esther
Autor: Mucznik , Esther
sexta-feira, 7 de janeiro de 2011
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